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Penedo e o IPHAN: o valor (e os dilemas) da preservação do nosso patrimônio histórico

  • 30 de jun.
  • 3 min de leitura

Por Fabrício Vasconcelos Turismólogo


Se existe uma cidade no Brasil onde o passado resiste com dignidade ao tempo, essa cidade é Penedo. Às margens do majestoso Rio São Francisco, seus casarões, igrejas, conventos e ruas de pedra contam histórias que vão muito além dos livros — são memórias vivas, materializadas em arquitetura, paisagens e tradições.


Mas você sabia que Penedo é reconhecida nacionalmente como patrimônio histórico brasileiro? Isso graças ao IPHAN — o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional — órgão federal criado em 1937 para proteger os bens culturais do país. O IPHAN atua por meio do tombamento, que é uma forma legal de proteger bens materiais ou imateriais de grande importância histórica, artística ou arquitetônica.


Penedo-Alagoas
Penedo - Alagoas

O tombamento de Penedo pelo IPHAN


Embora o cuidado com o patrimônio em Penedo venha de muito antes da criação do IPHAN, foi apenas em 1996 que o conjunto arquitetônico, paisagístico e urbanístico de Penedo foi oficialmente tombado como Patrimônio Nacional. Esse tombamento abrange o centro histórico, suas igrejas, praças, casarios coloniais e toda a ambiência que torna Penedo única.


Além disso, algumas construções já haviam sido tombadas individualmente antes:


  • Convento e Igreja de Santa Maria dos Anjos – tombados em 1941.

  • Igreja de Nossa Senhora da Corrente – tombada em 1964.

  • Igreja de São Gonçalo Garcia – também tombada em 1964.



Esses atos não apenas reconhecem a importância de Penedo para o Brasil, mas também garantem que suas riquezas arquitetônicas sejam protegidas por lei.


Um cuidado que vem de longe


Antes mesmo do IPHAN existir, Penedo já era conhecida por conservar com zelo suas construções históricas. Muitas igrejas, conventos e prédios públicos foram mantidos graças ao respeito e à devoção de seus habitantes, que viam neles não apenas estruturas de pedra e cal, mas símbolos da identidade penedense.

É por isso que o tombamento oficial veio mais como uma chancela do que como uma novidade. Penedo sempre cuidou do que é seu.


A importância de preservar


Preservar o patrimônio histórico é preservar a nossa própria memória. Cada prédio antigo conta uma história: de resistência, de fé, de arquitetura, de convivência. É através deles que entendemos quem fomos, quem somos e que tipo de futuro queremos construir.

Além disso, o patrimônio é uma poderosa ferramenta de desenvolvimento. Atrai turistas, fomenta a economia criativa, valoriza o espaço urbano e fortalece o senso de pertencimento da população local.


Mas nem tudo são flores: as críticas ao IPHAN


Apesar da importância inegável do IPHAN, muitas críticas têm sido feitas ao longo dos anos — principalmente por moradores e proprietários de imóveis tombados. Isso porque o processo para restaurar ou reformar um bem protegido costuma ser lento, burocrático e exigente. Há quem tema mexer em um imóvel antigo com receio de ser multado ou embargado.


Essa situação gera um paradoxo: enquanto o IPHAN busca proteger, muitos proprietários preferem deixar seus prédios se degradarem do que correr o risco de enfrentarem complicações legais.


Por outro lado, é importante reconhecer que o IPHAN também já realizou grandes investimentos em Penedo, como:


  • A restauração do altar-mor do Convento Santa Maria dos Anjos;

  • A revitalização do Largo de São Gonçalo;

  • A entrega do Museu do São Francisco no antigo Chalé dos Loureiros;

  • A recuperação da Vila Lessa;

  • Obras no Círculo Operário, Montepio dos Artistas e até no Theatro Sete de Setembro.


Essas ações mostram que o órgão também se preocupa em devolver à cidade espaços restaurados, prontos para novas gerações.


Um caminho do meio


O que precisamos, enquanto sociedade, é encontrar um ponto de equilíbrio. O IPHAN precisa continuar exercendo seu papel de proteção, mas também ser mais acessível, orientador e parceiro dos cidadãos. O proprietário de um imóvel histórico não deve ser tratado como inimigo da cultura, mas como guardiã ou guardião de um pedaço da nossa história.


E nós, como visitantes, moradores ou profissionais da área, temos a missão de valorizar, divulgar e defender esse patrimônio. Afinal, ele não pertence só ao passado — pertence ao futuro que queremos deixar.


Fontes de pesquisa:

Se você ama a história, valoriza a cultura e acredita na força da memória, compartilhe este texto, siga a Mais Tour nas redes sociais e venha conhecer de perto o patrimônio vivo de Penedo. Porque preservar é resistir — e resistir é cuidar daquilo que nos torna únicos.


🧭 Mais Tour – Cultura, Turismo e Memória em Movimento.

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